Quem é o captador brasileiro?
22 de Outubro de 2018 às 06:00
A última edição do Censo ABCR, com a participação de profissionais de captação de recursos de todo o país, foi divulgada no ano passado e apresentou um panorama inicial sobre o perfil de quem trabalha mobilizando doações para causas.

Em artigo publicado no dia 7 de dezembro, a ABCR compartilhou três resultados do Censo: o vínculo do profissional com a organização onde atua; a forma pela qual recebe sua remuneração; e o salário do indivíduo.

Ainda que tenham sido divulgados somente três resultados, eles já foram bastante reveladores por nos permitir conhecer que a maior parte dos captadores da rede da ABCR é funcionário de organizações da sociedade civil, recebe remuneração fixa pré combinada (e, portanto, não se financia somente com comissionamento) e tem salário mensal entre 2 e 6 mil reais).

Neste artigo, quero avançar no que foi publicado no final de 2017 e compartilhar outros resultados, que se somam e complementam a visão que temos sobre os captadores.

Para facilitar a compreensão, preparei uma lista com vários resultados do Censo:
 
  • Mais de 50% dos captadores têm entre 31 e 50 anos de vida;
  • 70% dos profissionais têm ao menos o ensino superior completo;
  • A formação em graduação mais comum é administração, com 27% dos captadores formados nesse curso, seguida de pedagogia, com 10%, e comunicação social, com 7%;
  • Mais de metade dos captadores fala inglês, e um terço fala espanhol;
  • Quase 1 em cada cinco captadores começou na área há menos de um ano, e quase 1 em cada cinco tem mais de 10 anos de profissão;
  • Metade deles já participou do Festival ABCR;
  • 1 em 4 captadores se dedica menos de 10 horas por semana à profissão, enquanto outros 40% se dedicam pelo menos 30 horas por semana;
  • Dentre as principais dificuldades no trabalho indicadas por eles, destaca-se o fato de informarem existir poucos profissionais qualificados na área, terem pouco recurso para investimento, haver um grande desconhecimento sobre a profissão e o setor e o ambiente legal não estimular a doação;
  • O vínculo profissional de quase a metade dos captadores é CLT, sendo cerca de 20% consultores e pelo menos 25% voluntários;
  • 64% dos captadores conta com o apoio da área de comunicação e marketing das suas organizações, no desenvolvimento do dia-a-dia;
  • Os captadores aprimoram seus conhecimentos principalmente por meio de sites na internet, cursos ou palestras presenciais, cursos online, redes sociais e livros;
  • E há uma boa divisão em relação a como os captadores vêm o cenário da captação no país, com um terço achando que está piorando, um terço achando estável e o outro terço acreditando que o cenário é positivo e está melhorando.
     
Esses resultados ajudam-nos a entender um pouco mais o perfil deste profissional que é tão importante para garantir que todas as organizações da sociedade civil tenham capacidade de gerar impacto na vida das pessoas.

Você quer conferir todos os resultados do Censo ABCR 2017? Então preparei um arquivo especial para você, que pode ser baixado aqui.




João Paulo Vergueiro, diretor executivo da ABCR e professor de responsabilidade social empresarial da FECAP


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