Autoconhecimento é o primeiro passo para um plano de captação de recursos bem sucedido
31 de Dezembro de 1969 às 08:40
Uma análise detalhada e realista sobre os valores e serviços da organização e a visão clara de onde se quer chegar são absolutamente necessários para colocar em prática um dos passos mais importantes para a sustentabilidade financeira de qualquer OSC: o plano de captação de recursos
“Quem não se lembra da história da ‘Alice no País das Maravilhas’ que, quando se viu perdida numa encruzilhada, perguntou para o coelho que estrada deveria tomar? O coelho quis saber para onde ela queria ir e ela disse que não sabia. A resposta natural do coelho foi: ‘Então, qualquer estrada serve!’ Na captação de recursos, vale o mesmo princípio. Se não sabemos onde queremos chegar, será difícil decidirmos quem são os parceiros mais adequados, que métodos de captação serão mais eficientes, etc. Por isso, a forma mais segura de tornar a captação de recursos uma atividade simples é fazer um planejamento estratégico do seu projeto social.”*
É o que também acredita Michel Freller, empreendedor social, membro do comitê científico do festival ABCR – Associação Brasileira dos Captadores de Recursos, diretor executivo da UICJ – União Internacional de Cristãos e Judeus e fundador da Criando Consultoria que, em seu site, divulga vídeos de como montar uma OSC (organização da sociedade civil) e fala sobre a importância do plano de captação de recursos para o sucesso de uma organização, dentre outros assuntos relacionados ao tema. Inclusive é dele a frase do título.
Segundo Freller, a captação de recursos é consequência de um bom plano, com estabelecimento de objetivos, metas, prazos, cronograma, orçamento, projeto e marketing. A partir disso tudo definido e, aí sim, a organização está preparada para sair ao mercado e captar. Ele afirma, porém, que o problema é que muitas entidades pulam etapas e, se conseguem uma verba para divulgar a entidade por um folder, por exemplo, já partem para a captação sem planejamento. "Por isso, antes de mais nada, é preciso definir onde estamos e onde queremos chegar", destaca ele em um dos textos disponíveis no site de sua consultoria, assinado por Daniele Próspero, do Setor 3.
O plano de captação ou mobilização de recursos é tão essencial para a sustentabilidade financeira das organizações da sociedade civil, que Carla Nóbrega, diretora de captação de recursos do Habitat para a Humanidade Brasil conta que na organização em que trabalha é feito um plano de captação para cada projeto e programa, em específico. Ela explica que esta etapa reflete o planejamento estratégico e de ação da organização já que, “o plano de captação mostra como vamos buscar os recursos que precisamos para o que queremos fazer neste ano e nos próximos cinco anos.”Como bem colocado por Nóbrega, um dos maiores desafios hoje para as OSCs que precisam mobilizar recursos para suas ações é entender que este é um processo de médio e longo prazo e que demanda um investimento financeiro inicial. Neste contexto, Freller comenta que investir na captação de recursos é “investir no futuro da organização”. Ele afirma que o maior benefício para organização – dados os devidos prazos – é perceber que pouco a pouco o processo vai levando a organização a investir menos e ter mais retorno. “Com menos esforços e recursos é possível ter os resultados que a organização deseja ter”, diz. Em outras palavras, o plano de captação otimiza recursos.
Como iniciar um plano de captação de recursos
De acordo com um artigo de Michel Freller, publicado no Instituto Filantropia, “para manterem-se em atividade, é preciso que as OSCs conscientizem-se de que não basta apenas ter boa vontade e bons projetos. É fundamental que elas contem com o respaldo de um planejamento estratégico, que norteará todos os seus passos para a realização de sua missão.”
Para ele, em sua experiência de 15 anos na área, “onde estou, onde quero chegar, quais as fontes de recursos disponíveis e com quais estratégias eu vou conseguir chegar até elas?” são os pontos que toda organização precisa passar na hora de montar o seu plano de captação. Nóbrega contribui com essa explicação ao levantar a análise SWOT (pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças) como ferramenta de conhecimento e diagnóstico da própria organização ao construir o seu plano estratégico anual e, após isso, o de captação de recursos.
Ela também defende que a cultura da captação de recursos precisa ser difundida por todas as pessoas da organização, não sendo uma ação pontual, desconectada das demais ações e departamentos (veja mais nesta videodica da Captamos). É por isso que ter uma régua de relacionamento com os doadores também é fundamental e envolve diferentes pessoas dentro da organização em suas variadas funções.
*Trecho do Manual de Captação de Recursos, de Andrea Goldschmidt e Sylvia Calfat, da APOENA Sustentável
Por Ana Luíza Vastag, da Escola de Notícias
“Quem não se lembra da história da ‘Alice no País das Maravilhas’ que, quando se viu perdida numa encruzilhada, perguntou para o coelho que estrada deveria tomar? O coelho quis saber para onde ela queria ir e ela disse que não sabia. A resposta natural do coelho foi: ‘Então, qualquer estrada serve!’ Na captação de recursos, vale o mesmo princípio. Se não sabemos onde queremos chegar, será difícil decidirmos quem são os parceiros mais adequados, que métodos de captação serão mais eficientes, etc. Por isso, a forma mais segura de tornar a captação de recursos uma atividade simples é fazer um planejamento estratégico do seu projeto social.”*
É o que também acredita Michel Freller, empreendedor social, membro do comitê científico do festival ABCR – Associação Brasileira dos Captadores de Recursos, diretor executivo da UICJ – União Internacional de Cristãos e Judeus e fundador da Criando Consultoria que, em seu site, divulga vídeos de como montar uma OSC (organização da sociedade civil) e fala sobre a importância do plano de captação de recursos para o sucesso de uma organização, dentre outros assuntos relacionados ao tema. Inclusive é dele a frase do título.
Segundo Freller, a captação de recursos é consequência de um bom plano, com estabelecimento de objetivos, metas, prazos, cronograma, orçamento, projeto e marketing. A partir disso tudo definido e, aí sim, a organização está preparada para sair ao mercado e captar. Ele afirma, porém, que o problema é que muitas entidades pulam etapas e, se conseguem uma verba para divulgar a entidade por um folder, por exemplo, já partem para a captação sem planejamento. "Por isso, antes de mais nada, é preciso definir onde estamos e onde queremos chegar", destaca ele em um dos textos disponíveis no site de sua consultoria, assinado por Daniele Próspero, do Setor 3.
O plano de captação ou mobilização de recursos é tão essencial para a sustentabilidade financeira das organizações da sociedade civil, que Carla Nóbrega, diretora de captação de recursos do Habitat para a Humanidade Brasil conta que na organização em que trabalha é feito um plano de captação para cada projeto e programa, em específico. Ela explica que esta etapa reflete o planejamento estratégico e de ação da organização já que, “o plano de captação mostra como vamos buscar os recursos que precisamos para o que queremos fazer neste ano e nos próximos cinco anos.”Como bem colocado por Nóbrega, um dos maiores desafios hoje para as OSCs que precisam mobilizar recursos para suas ações é entender que este é um processo de médio e longo prazo e que demanda um investimento financeiro inicial. Neste contexto, Freller comenta que investir na captação de recursos é “investir no futuro da organização”. Ele afirma que o maior benefício para organização – dados os devidos prazos – é perceber que pouco a pouco o processo vai levando a organização a investir menos e ter mais retorno. “Com menos esforços e recursos é possível ter os resultados que a organização deseja ter”, diz. Em outras palavras, o plano de captação otimiza recursos.
Como iniciar um plano de captação de recursos
De acordo com um artigo de Michel Freller, publicado no Instituto Filantropia, “para manterem-se em atividade, é preciso que as OSCs conscientizem-se de que não basta apenas ter boa vontade e bons projetos. É fundamental que elas contem com o respaldo de um planejamento estratégico, que norteará todos os seus passos para a realização de sua missão.”
Para ele, em sua experiência de 15 anos na área, “onde estou, onde quero chegar, quais as fontes de recursos disponíveis e com quais estratégias eu vou conseguir chegar até elas?” são os pontos que toda organização precisa passar na hora de montar o seu plano de captação. Nóbrega contribui com essa explicação ao levantar a análise SWOT (pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças) como ferramenta de conhecimento e diagnóstico da própria organização ao construir o seu plano estratégico anual e, após isso, o de captação de recursos.
Ela também defende que a cultura da captação de recursos precisa ser difundida por todas as pessoas da organização, não sendo uma ação pontual, desconectada das demais ações e departamentos (veja mais nesta videodica da Captamos). É por isso que ter uma régua de relacionamento com os doadores também é fundamental e envolve diferentes pessoas dentro da organização em suas variadas funções.
*Trecho do Manual de Captação de Recursos, de Andrea Goldschmidt e Sylvia Calfat, da APOENA Sustentável
Por Ana Luíza Vastag, da Escola de Notícias
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