Voluntariado rumo a 2030 sem deixar ninguém para trás
05 de Novembro de 2018 às 06:00

Uma agenda emergente que toca certamente o coracao de todos. Em tempo de profundas mudanças climáticas que estão trazendo enormes consequências econômicas, sociais e ambientais, é mais do que necessário, é imprescindível repensar o modelo de produção e consumo vigente. O planeta não suporta mais o uso intensivo dos recursos naturais insustentáveis. No mesmo sentido, ainda não conseguimos diminuir as desigualdades de renda no mundo. Os 1% da população mais rica controla 40% da riqueza mundial, enquanto a metade mais pobre da população mundial só é dona de 1% da riqueza. No Brasil, entre 1990 e 2012, a diferença dos 20% mais pobres com os 20% mais ricos era de 30 vezes e agora caiu para 17. Porém, hoje os 20% mais ricos controlam 57,1% da renda nacional, bem acima dos padrões internacionais. A desigualdade social deve ser colocada como meio e fim estratégico da Agenda Pós- 2015. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável chegam para indicar concretamente o caminho em direção a um modelo de desenvolvimento sustentável, partindo dos consensos estabelecidos entre os países na Conferência pelo Desenvolvimento Sustentável ocorrida em 2012, a Rio+ 20.

A Conferência Rio+20 demonstrou o forte poder de influência da sociedade civil. E chama, convida todos os atores sociais e empresariais a reforçarem suas ações e parcerias em prol de ODS, que alinhem metas e indicadores para diminuir as desigualdades sociais e promovam a inclusão social, a erradicação da pobreza, a promoção da igualdade entre gêneros e racial, a proteção ambiental, a valorização da educação e saúde, a promoção das energias renováveis em direção ao desenvolvimento sustentável.

Segundo pesquisas quanto custará a implementação desta nova agenda de desenvolvimento sustentável? Os meios de implementação - incluindo como mobilizar os recursos financeiros para alcançar a agenda de desenvolvimento sustentável - são uma característica central da nova agenda. Fala-se em recursos significativos - nos trilhões de dólares. (Programa de Finanças Sustentáveis da ONU). Mas esses recursos já existem e precisam ser mobilizados de fontes nacionais e internacionais, bem como dos setores público e privado. Mas não são só recursos financeiros, somente uma forte articulação global da sociedade civil poderá ter efeito interno adicional em cada país para que os governos assumam compromissos globais. E existe também a grande força do Voluntariado para promover, e contamos com mais de 7 bilhões de pessoas que podem com seu tempo, energia e talento participar e contribuir.

No total, são 17 objetivos e 169 metas sobre questões de desenvolvimento sustentável apresentados no documento, que irão pautar a nova agenda de desenvolvimento das Nações Unidas. Um dos objetivos se refere aos meios de implementação e financiamento da sustentabilidade. Já os outros 16 objetivos são temáticos, e procuram aumentar a ambição dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, a agenda de 2000 a 2015 (pobreza, saúde, educação, gênero) e promover a sustentabilidade econômica (crescimento inclusivo, empregos e infraestrutura) e a sustentabilidade ambiental (mudança do clima, oceanos e ecossistemas, consumo e produção sustentável). Tudo isso aliado às sociedades pacíficas e inclusivas (agenda de governança, Estado de direito, violência).

Pela primeira vez, um grupo de grandes empresas se reúne para organizar o poder de investimentos em capital humano para enfrentar a agenda pós 2015 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas em países desenvolvidos e em desenvolvimento - e pela primeira vez que as empresas vão unir os seus esforços de voluntariado empresarial para abordar essa Agenda de Desenvolvimento da ONU através da colaboração.

A participação do setor privado em apoio ao voluntariado empresarial com atividades de voluntariado realizados por seus funcionários. IMPACT 2030 acredita que o compromisso do Voluntariado Empresarial quando usado em conjunto com as Nações Unidas, empresas do mesmo setor, governo, universidades e sociedade civil - é uma poderosa ferramenta para acelerar a realização global do Desenvolvimento Sustentável e inspirar o setor privado para a ação positiva.

É o voluntariado empresarial organizado usando como ferramenta o Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Com metas a serem acompanhadas e impactos positivos a serem medidos! http://www.impact2030.com

O movimento começa em em cada cidadão e a implementação e o sucesso que dependerão das políticas, planos e programas de desenvolvimento sustentável dos próprios países. Os países têm a responsabilidade primária de acompanhamento e revisão, nos níveis nacional, regional e global, no que diz respeito ao progresso alcançado na implementação, monitorar e revisar dados dos Objetivos e as metas, nos próximos não mais 15 anos, mas 12 anos. Vamos começar pelo ODS17 - Fortalecer os mecanismos de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável. Uma sugestào de ação é a de promover ações voluntárias na comunidade, contribuindo para o desenvolvimento urbano e para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentávelna sua comunidade, organização.

E tem muito mais!

ODS1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.

ODS2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição, e promover a agricultura sustentável.

ODS3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.

ODS4. Garantir educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizado ao longo da vida para todos.

ODS5. Alcançar igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

ODS6. Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos.

SUGESTÕES DE AÇÕES:

ODS7. Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e moderna para todos.

ODS8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.

ODS9. Construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação.

ODS10. Reduzir a desigualdade entre os países e dentro deles.

ODS11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

ODS12. Assegurar padrões de consumo e produção sustentáveis.

ODS13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos;

ODS14. Conservar e promover o uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável;

ODS15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater à desertificação, bem como deter e reverter a degradação do solo e a perda de biodiversidade

ODS16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.

ODS17. Fortalecer os mecanismos de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.

O convite é para TODOS!

“O voluntariado é uma fonte de força da comunidade , superação, solidariedade e coesão social . Que provoca mudança social positiva , fomentando o respeito à diversidade, a igualdade e a participação de todos. Ele está entre os ativos mais vitais da sociedade.“
Ban Ki -Moon , Secretário Geral, Nações Unidas (de 2007 a 2016)


 

 

Silvia Maria Louzã Naccache é Palestrante e Consultora na área de Voluntariado, Responsabilidade Social, Desenvolvimento Sustentável e Terceiro Setor. Conteudista da Rede Filantropia, da Plataforma Captamos e da Escola Aberta do Terceiro Setor. Articula parcerias com organizações da sociedade civil, governos, escolas, universidades e empresas. Organiza, ministra e facilita cursos, palestras, oficinas e eventos. Conselheira voluntária da Associação Vaga Lume e da ABRAPS - Associação dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável. Representante no Brasil da organização Impact 2030 e voluntária no grupo de trabalho de Humanização do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer. Coautora do livro Voluntariado Empresarial - Estratégias para Implantação de Programas Eficientes. Membro organizadora do Grupo de Estudos de Voluntariado Empresarial desde  2009. Coordenou por 14 anos o Centro de Voluntariado de São Paulo. Graduada em Ciências Biomédicas pela UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo.

 


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